terça-feira, 17 de maio de 2011

Meu Desabafo

A gente sempre acha que é pra sempre. Na verdade, EU sempre acho que é pra sempre. Mas eu sou assim. Não é algo de que eu me orgulhe ou que eu me envergonhe. É só mais uma coisa que faz parte de mim. Eu sou assim, eu pulo de cabeça e sem colete salva vidas. Agora o que me sobra no fim é sempre a mesma coisa: o frio na barriga, o medo, as lágrimas, a saudade daqueles velhos dias felizes e essa ideia de que a vida acabou, mesmo sabendo que isso não aconteceu.

As pessoas me enxergam como uma pessoa forte. Sempre dizem “nossa, tu és tão forte, não sei como tu aguentas!”. Mas eu não sou forte! Eu sou apenas uma sobrevivente. Uma sobrevivente das coisas que aconteceram na minha vida e eu nem sei por que. Quando eu vi eu já tava no meio da bagunça toda, o circo já tava todo armado e já tinham me empurrado pra frente de todas aquelas luzes, mas eu não sabia o que fazer. Até hoje eu não sei o que fazer, então eu vou sobrevivendo. Eu só não me matei, não enlouqueci permanentemente e continuei estudando e trabalhando. Só. Eu procuro sentido nas coisas, eu acredito em Deus e eu sigo em frente, porque não tem para onde ir! O que mais eu vou fazer? É um dia, depois o outro, o outro e mais outro. Mal elas sabem que eu vivo em mil pedaços. Hoje, em especial, eu estou em um milhão de pedaços.

Eu não sou uma mulher de fases. Eu não sei lidar com fases, quando existe uma fase, eu acho que é porque não existe mais nada. Eu não sei dar um tempo, porque eu acho que se chegou ao ponto de dar um tempo, é porque não tem mais sentido e perdeu a razão. E aí vai cada um pro seu lado e a gente segue em frente. Sinceramente, minha alma gêmea deve ser eu mesma. Eu queria me encontrar vagando pela rua, porque eu ia casar comigo e ser muito feliz. Eu me completaria. Porque aparentemente só eu me completo. Nunca achei ninguém igual a mim (e sei que não existem pessoas iguais), alguém que namore há 8 anos e esteja há 8 anos apaixonada. Não é amando, é amando e completamente apaixonada, chamando de amor, falando eu te amo o tempo todo, vivendo em clima de corações vermelhos e coisas fofas, pensando em bebês e sonhando com as possíveis conquistas, mas o tempo todo assim, entende? Não só no primeiro mês ou no primeiro ano. O tempo todo. O mundo pode cair, mas eu estou ali, firme e forte... Eu sei disso. Sabe por quê? Porque eu sou fiel. Isso é uma característica minha. Fidelidade. Não só no sentido de não trair, mas no todo. Lealdade. Até o fim ou onde quer que a gente chegue. Até lá eu sou leal. Eu ligo só pra ouvir a voz, só pra dar bom dia e dizer eu te amo. Eu faço isso, porque eu sou assim e porque eu gosto de ser assim. Eu sou super intensa e eu sei disso. Eu amo. Eu amo tanto que “amar” chega a ser uma palavra pequena. Onde tá o problema? As pessoas não me acompanham. É tão óbvio. Ninguém se apaixona por 8 anos. Só eu. Em 8 anos as pessoas traem, as pessoas brigam por tudo, as pessoas cansam, terminam e voltam, tem umas 7 crises, incluindo a crise dos 7 anos e depois disso as pessoas ainda casam e levam uma vidinha mais ou menos. Mas eu não. Eu odeio brigar, e quando eu brigo, fico arrasada, eu sempre quero resolver logo, eu não suporto aquela sensação de tristeza, a insegurança de que pode acabar. Eu faço tudo. Eu me doo. Eu cuido. Eu faço o possível e o impossível. E o pior, eu faria isso tudo mil vezes. Por você, eu faria isso tudo mil vezes! Eu faria de novo e de novo. Sem culpa e sem medo de ser feliz. Eu vou até onde vale a pena. Mas chega uma hora que talvez não valha. Sabe por que eu não gosto de brigar? Porque brigas são troféus ruins que a gente coloca na estante. Eles ficam ali, por mais que a gente não goste e sempre são lembrados. Às vezes as pessoas olham mais pra eles do que para as conquistas. Eu sou compreensiva. Eu perdoo, eu cuido, eu puxo o saco, eu me importo. E agora tem uma novidade: eu tenho ciúme. Isso não costumava acontecer, mas aconteceu. E eu odiei. Eu achei que se podiam sentir de mim, eu podia sentir de volta, então eu me deixe levar. Sabe o que aconteceu? Eu caí no chão, ralei meus joelhos e até agora eles ainda estão ralados e muito provavelmente me deixarão uma nada bela cicatriz. Ela vai ficar ali, pra eu olhar pra ela sempre e entender que ciúme tá na minha lista negra. Ciúme não é amor, ciúme não é cuidado, nem proteção, nem demonstração de afeto. Ciúme é uma praga. Ele entra sem ser convidado, se instala e quando você vê é ele quem tá segurando o controle remoto. Como qualquer praga, ele destrói. Ele não constrói, ele não faz bem, ele não é saudável. É ruim e faz mal. E você perde, não pros outros, mas pra você mesmo. O ciúme entrou na minha vida num momento extremamente oportuno pra ele. Foi quando eu estava fragilizada, com medo, insegura, sem planos, desesperada, enfim, uma serie de coisas tristes aconteciam e ele se aproveitou. Entrou, sentou na sala, comeu a pipoca e agora tá assistindo o filme e rindo da minha cara. E eu fiquei com o papel de idiota no filme dele, é claro. Mas eu rezei hoje, porque eu não sou assim. Eu respirei fundo e tirei esse sentimento imbecil de perto de mim, eu parei pra pensar, finalmente. É estranho, mas não é sempre que a gente tem tempo e lucidez pra pensar nas conseqüências do ciúme, mas hoje eu fiz isso. Sinceramente, eu não sei se eu fiz isso a tempo, mas o importante é que eu fiz. E o mais importante é que eu entenda que eu não fiz isso só por alguém, eu fiz isso por mim também. Eu tenho essa outra mania que não é boa, eu me doo tanto na relação que eu me esqueço. Não existe receita. Se você faz tudo como qualquer pessoa gostaria que você fizesse, não tem graça, porque é certinho demais. Se você faz todas as besteiras possíveis, é porque você não presta, não tem caráter. E se você equilibra as duas coisas, fode tudo, porque a relação “desgasta” e as pessoas simplesmente cansam. E você se fode do mesmo jeito. Não existem segredos para o sucesso, nem planos. Você tem que ser você mesmo e pagar pra ver. É questão de pele, de química e de vontade. Vontade de fazer dar certo, mil coisas, na verdade. Olha, nunca vai ser fácil. Sempre vai ter gente contra, sempre vão falar, se meter na relação, sempre vão acontecer coisas que eu não vou gostar e coisas que você também não vai gostar. As relações não andam mais dando certo por causa do egoísmo. Ele surge disfarçado de amor próprio e as pessoas se esquecem que um relacionamento é feito de dois, que tudo o que você faz numa relação reflete diretamente em outra pessoa e que essa pessoa tem sentimentos, igual a você, e tem duvidas, certezas, medos e determinação, tudo junto e muito misturado. Somos humanos. As pessoas esquecem que pra dar certo é preciso se esforçar. É preciso ceder. Que nada dá certo por si só. Você tem que se esforçar e você colhe o que você planta. É uma balança, eu sentada de um lado e você do outro. Eu não posso fazer nada só e nem você.

Minha primeira reação é me culpar e começar a procurar o que eu posso ter feito, mas sinceramente, eu não tenho por que me culpar. Eu não fiz nada demais, nem nada de errado, e mesmo que eu tivesse feito, se fosse pra dar certo, daria. Se você achasse que valia a pena, você não agiria assim. Você não faria isso. Eu não empurro relacionamentos pela barriga. Eu vivo as coisas, ou não. Se você parar pra pensar, eu ando empurrando coisas demais com minha barriga pra me dar ao trabalho de empurrar também o relacionamento. Por mais que eu ame, por mais que eu me jogue, por mais que eu faça o possível e o impossível pra mim, não tá sendo o suficiente. Eu não vou me comparar hoje. Eu pensei em fazer isso, claro, mas não vou. Não vou me comparar com ninguém, porque somos eu e você. Não tem mais ninguém aqui. Eu não forço ninguém a ficar comigo. Eu fico com a pessoa porque eu quero e a pessoa fica comigo porque ela quer. Se ela não quiser mais, ela segue a vida dela e eu sigo a minha. Você já aprendeu uma coisa muito importante: existem bilhões de pessoas no mundo e você consegue sobreviver a uma grande perda e encontrar uma outra pessoa. Então é tudo uma questão de escolha. Se você já chegou ao seu limite, a gente para de andar de mãos dadas e cada uma segue o seu caminho e procura outras mãos maiores ou menos gordas para entrelaçar os dedos. Porque a vida é assim.

Por mim eu já disse, eu faria isso mil vezes. E faria de novo e de novo. Porque eu tenho certeza do que eu sinto e mesmo sabendo o quanto é ruim o lado ruim da nossa relação, eu sei que o lado bom é maravilhoso e é tudo o que eu sempre sonhei. E eu ainda sonho todos os dias com os dois lados bons. Com o dia em que eu vou poder dormir enroscada com você e te dar bom dia. E com você me brigando por causa das coisas triviais, porque eu deixei a gaveta aberta ou esqueci a coca cola fora da geladeira. Eu sonho com isso. Amanhã eu ainda vou sonhar com isso e eu gosto de sonhar com isso. Eu só vou deixar esse sonho de lado e tentar não pensar nele caso isso se torne uma realidade necessária na minha vida, porque eu sou uma sobrevivente e se eu precisar fazer isso pra sobreviver, eu farei isso. Creio que todos somos adaptáveis. Eu vou pegar uma nova folha em branco do pequeno príncipe e começar a escrever nela, de novo, porque a vida é assim. Ficar junto é uma escolha. Eu fiz a minha, mas quando um não quer, dois nem brigam. Eu luto pelo o que eu quero, mas eu sei a hora de bater em retirada. Eu sei quando eu perco. Eu sei o quanto é ruim, o quanto dói, mas sei que faz parte. Porque o caminho não é feito só de flores. Eu te amo. E eu cuidaria de você pro resto da minha vida. Mas não sendo assim, eu também sei o que fazer.


p.s.: COMO eu queria poder postar isso no meu blog pessoal...

Um comentário:

  1. Oi Aline! Espero que tudo dê certo ao final. Que as fases ruins terminem logo. Meu mais sincero desejo de que em seus caminhos, haja paz e luz!

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