quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Meninas X Meninas e DST's

DST´s e as meninas x meninas

Sejam inibidas pelo preconceito ou simplesmente pela falta de interesse em se informar, as lésbicas sabem pouco sobre as reais possibilidades de contraírem doenças durante o ato sexual. Muitas até mesmo desconhecem os preservativos direcionados a elas.

De mulher para mulher


Qual o risco de a mulher lésbica contrair alguma Doença Sexualmente Transmissível?
Até entre os profissionais da saúde, poucos são os que sabem responder a essa pergunta. A falta de conhecimento
em relação ao tema mostra o quanto o preconceito ainda existe. Prevalece o mito de que as lésbicas estão protegidas das DSTs na mesma proporção em que aumentam os riscos a sua saúde.
Segundo a ginecologista Sérgia Oliveira, a transmissão do vírus HIV é menos frequente do que outras DSTs, mas a possibilidade existe.
“O vírus em uma pessoa contaminada pode estar presente nas secreções orgânicas como a secreção vaginal e no
sangue também. O contato com esses produtos seriam uma fonte de contaminação”, explica a médica.
A primeira tese de doutorado produzida no Brasil sobre o tema é de autoria da assistente social Gláucia Elaine Silva de Almeida, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Ela concluiu que predominam as infecções como vaginose bacteriana, herpes genital e hepatites. Sérgia Oliveira ainda acrescenta outras DSTs, como o HPV, a gonorreia, a sífilis e a tricomoníase. Na opinião da militante do grupo Matizes, Marinalva Miranda, os riscos de lésbicas contraírem DSTs é um problema de saúde pública, que deve ser combatido com campanhas
educativas, voltadas inclusive aos profissionais. “Para o sistema de saúde nós somos invisíveis, pois partem do princípio de que as mulheres são heterossexuais. Simplesmente ignoram que existimos e não se pensa
em algo específico”, declara Marinalva. Prova disso é a falta de métodos preventivos satisfatórios.
Não há como negarmos as dificuldades impostas pela própria anatomia da mulher. No entanto, a medicina
não avançou no sentido de buscar soluções para contornar esse fato. De acordo com Marinalva, o que existe ainda
são improvisos e métodos pouco difundidos. “Ouvi falar em camisinhas para a língua, mas para o dedo, mas
nunca vi”, admite. O kit de prevenção, que inclui uma camisinha para ser recortada com tesoura, o plástico filme de cozinha indicado para o sexo oral e as luvas cirúrgicas podem ser eficazes na prevenção de DSTs, mas se constituem em materiais direcionados para outros fins e não condizem com a prática sexual. “São apenas um arremedo, mas nada voltado especificamente para a saúde da mulher lésbica”,
critica Marinalva.

Vergonha faz lésbicas resistirem em visitar regularmente o ginecologista

A visita ao médico já é uma situação desagradável para a maioria das mulheres. Muitas têm vergonha de
mostrar o corpo, medo de dizerem o que estão sentindo ou até do que podem descobrir. Entre as lésbicas, a resistência é ainda maior porque entra em questão o receio do preconceito e até do aparelho utilizado para exames de prevenção. “Para nós deveria ser usado o tamanho P. Mas na rede pública só tem aquele padrão, para mulheres com heterossexuais ou mesmo com filhos. É horrível, dói muito”, reclama Marinalva. No entanto, a visita ao ginecologista é imprescindível, não apenas para detectar possíveis DSTs, mas também como uma forma de prevenir contra o câncer de mama e de colo de útero. Para minimizar os transtornos, a confiança no médico é algo muito importante, pois propicia à mulher maior liberdade para assumir sua preferência sexual e receber a orientação adequada. “Acredito que os profissionais têm conhecimento de como prevenir ou tratar da saúde de mulheres lésbicas. Porém elas muitas vezes escondem”, defende Sérgia Oliveira, médica do casal Marinalva e Quitéria. A paciente, contudo, discorda da ginecologista e acredita que os profissionais da saúde ainda precisam de
aperfeiçoamento. “Alguns são preconceituosos e chegam a tratar mal as pacientes. Falam coisas como ‘você precisa de um homem’ ou ‘procure um psicólogo’ e isso acaba afastando as mulheres”, revela Marinalva. (C.D.)


post roubado do E-jovem, e-manaus. Aqui.

Um comentário:

  1. Resumindo pegar geral não é uma opção muito recomendável. Ache um(a) ginecologista de confiança e tenha cuidado. No fundo nada muito diferente doque as recomendações para a maioria das pessoas.
    Um abraço e feliz natal.

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